terça-feira, 26 de abril de 2011

HISTÓRIA REPETIDA: ONU ACUSA O BRASIL DE DESALOJAR PESSOAS DE SUAS CASAS A FORÇA !

Pereira Passos (Ex-Prefeito do Rio)
Dilma Rousseff (Atual Presidente do Brasil)

A relatora especial da ONU para a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, acusou nesta terça-feira as autoridades de várias cidades-sede da Copa do Mundo e do Rio de Janeiro, que receberá as Olimpíadas, de praticar desalojamentos e deslocamentos forçados que poderiam constituir violações dos direitos humanos. Nas palavras da própria relatora temos:

"Estou particularmente preocupada com o que parece ser um padrão de atuação, de falta de transparência e de consulta, de falta de diálogo, de falta de negociação justa e de participação das comunidades afetadas em processos de desalojamentos executados ou planejados em conexão com a Copa e os Jogos Olímpicos", avaliou.

Raquel destacou que os casos denunciados se produziram em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Natal e Fortaleza.

Como se não bastasse toda a bandidagem envolvendo rios de dinheiro público nesses eventos, agora temos que lidar com o escândalo de pessoas sendo expulsas de suas residências pelo simples fato de moraram em locais que "atrapalham" a contrução de obras para realização da Copa e das Olimpíadas. Ora, o único aspecto positivo que esses eventos poderiam trazer para o Brasil é exatamente um legado de melhoria das condições sociais da população. Mas, como era de se esperar, no caso do Brasil isso não acontecerá. Pior que isso, está acontecendo exatamente o contrário. O absurdo agora é a expulsão de moradores de suas próprias casas!

O pior é que isso já ocorreu na História do Brasil quando, entre os anos de 1903 e 1906, o então prefeito do Rio de Janeiro Pereira Passos decidiu revolucionar a estrutura urbana da Cidade, que de fato era ridícula. Sobre essa "revolução urbana" temos o texto de Maurício de Abreu:


“O período Passos (...) um período revolucionador da forma urbana carioca, que passou a adquirir, (...), uma fisionomia totalmente nova e condizente com as determinações econômicas e ideológicas do momento”. (ABREU, 1988:63).

De fato a cidade se modernizou. O problema foi o preço que a sociedade carioca teve que pagar. Para colocar em ação a chamada "reforma urbana do Rio", Pereira Passos teve que ordenar a expulsão súbita e cruel de centenas de famílias que moravam em áreas que deveriam ser modificadas. A construção, da hoje fundamental, Avenida Rio Branco é um exemplo disso. Para que essa avenida fosse construída, diversos cortiços foram demolidos sem nenhuma indenização para as famílias residentes. Pereira Passos tem pelo menos a seu favor o benefício do julgamento da História. Ou seja, suas decisões polêmicas da época hoje são vistas como decisões acertadas, visto o desenvolvimento da Capital Fluminense.


E agora nos dias atuais?! Faz sentido expulsar famílias em nome da realização de eventos esportivos?! Será que a História vai julgar as decisões de hoje (explusão de pessoas de suas casas) como julgou a Reforma de Pereira Passos?! Eu, sinceramente, acho que não!

sábado, 23 de abril de 2011

Quem é Deus Hoje?

Como estamos vivenciando a Semana Santa, é bom refletirmos um pouco sobre o papel das crenças e religiões, assim como sobre a noção de Deus que se propaga pelo mundo hoje. Islamismo, Catolicismo, Protestantismo, Judaísmo, etc. Muitas são as crenças, e muitas são as noções de Deus. Alguns tem usado Deus como uma bandeira de guerra e destruição (o que é algo absolutamente marcante na história mundial), outros fazem de Deus uma bela fonte de renda onde o lucro é algo tão perseguido que o próprio capitalismo sente inveja. Outros ainda, fazem de Deus um suporte bestializante onde o papel das igrejas passa a ser a formação de indivíduos desprovidos de senso crítico, tão fanáticos e superticiosos que necessariamente nos remetem a Idade Média. Parece mesmo estar havendo uma guerra entre "Deuses" e "Crenças". Não sei qual o papel de Deus na sua vida, mas tomara que não tenha relação com Guerra, Lucro e bestialização. No áudio abaixo (mais um que retirei da Rádio CBN) podemos refletir um pouco disso, ouçam:

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Artigo de FHC cai na boca maldita da política de botequim!

É incrível a capacidade do ex-presidente Lula em falar bobagens! O pior é que ele sabe que suas bobagens são aceitas pelo povo, muito mal formado (problema de educação sério que ele enquanto presidente se quer deu atenção) de forma que suas "pérolas" são refletidas no povão como "sábias palavras". A mais recente delas, foi o seu infeliz comentário sobre o artigo do ex-presidente FHC que propõe mudanças nos rumos do PSDB. Lula disse sobre o artigo que o ex-presidente FHC estaria abandonando o povão. Que besteria sem tamanho. O áudio abaixo trata exatamente dessa questão. Esclarece o que o artigo falava e o que o maluco do Lula leu o que, diga-se de passagem, são coisas muito distintas. Ah, quão bom seria se o povo tivesse a capacidade de entender a complexidade política, sobretudo, os benefícios que a social-democracia poderia trazer para a sociedade brasileira. Mas, a realidade é bem outra. O povo acredita fielmente que o governo Lula (que tem como único benefício real ao povo a extensão do bolsa família, que foi criado anteriormente por FHC) é o exemplo mais bem acabado de forma ideal de governo. Quero deixar claro, que não considero o governo FHC ideal, assim como não vejo nada de real na falácia do governo Lula. Apenas quero refletir o maior dilema do Brasil hoje: Será que haverá um governo ideal em nossa história política? Ouçam o áudio abaixo (da rádio CBN) onde Arnaldo Jabor trata essa questão com seu inconfundível bom humor!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Instalação de Relógios de Ponto Assusta Senadores!

Esse áudio (que retirei da rádio CBN) é um resumo do caráter de nossos representantes no Congresso Nacional. Na voz de Arnaldo Jabor (de quem sou pessoalmente fã) conseguimos ver todo descaso com as questões de interesse nacional já que nem se quer os nossos parlamentares (senadores, deputados, etc) se preocupam em estar em seu local de trabalho. Se você, assim como eu, justifica seu salário cumprindo com suas obrigações profissionais, entre elas a de estar no local de trabalho, ficará alarmado com esse áudio. E como disse o próprio Jabor: "Esses caras ainda querem o nosso respeito." Ouçam esse áudio clicando no player abaixo:

segunda-feira, 11 de abril de 2011

PORQUE HITLER ODIAVA OS JUDEUS?


Recentemente alguns alunos e enviaram emails questionando sobre este ódio de Hitler e se era comum a outros governantes na História, ou se era um caso particular.

Para responder a esta questão vou republicar um ensaio de uma professora da USP que foi publicado em revista da ABRIL CULTURAL e espero que nossos alunos consigam entender este preconceito existente já de longa data na história da humanidade.

Por que Hitler odiava os judeus?
O anti-semitismo tem raízes religiosas milenares por Marta Francisca Topel* (in Aventuras na História da Abril Cultural)


Para compreender o anti-semitismo, é fundamental diferenciá-lo do antijudaísmo. O antijudaísmo é o ódio à religião judaica como ideologia ou visão de mundo, enquanto o anti-semitismo é o ódio aos judeus como nação. Entretanto, aqueles que professam o antijudaísmo acabam sendo anti-semitas, uma vez que partem do pressuposto de que a religião judaica contaminou a nação que segue seus preceitos. Por sua vez, o anti-semitismo desemboca no antijudaísmo, ao sustentar-se na premissa de que só uma nação racialmente inferior pôde ter criado uma religião tida como a religião do Mal.
Na Antigüidade, seitas esotéricas conceberam a religião judaica como a religião do demônio e viam os judeus como os agentes na propagação dessa religião do pecado. Essa cosmovisão foi resultado de uma crença dualista, isto é, em dois poderes criadores do universo: o Bem e o Mal, identificando os judeus com o Mal, o que os colocou no papel do mal cósmico e os viu como instrumento do demônio. Todavia, o momento histórico no qual se entrelaçam pela primeira vez e de forma radical antijudaísmo e anti-semitismo é na consolidação da visão paulina. Para o apóstolo Paulo, a revelação da Torá é uma revelação temporária, e aqueles que continuam no caminho da Torá após a chegada de Cristo são traidores. Segundo esse raciocínio, os judeus, ao rejeitarem Cristo como Messias e ao assassiná-lo, transformaram-se em agentes do Mal, no povo deicida. Ao longo de toda a Idade Média, essa idéia foi desenvolvida e materializada pela Igreja católica. É de se destacar os cânones adotados no Concílio de Latrão (1215) que confirmavam a condenação dos judeus à servidão perpétua, proibiam sua integração na sociedade com o objetivo de impedir a contaminação dos cristãos, obrigavam o uso de signos de diferenciação nas vestes, impediam o acesso dos judeus aos cargos administrativos e os excluíam completamente da agricultura e das corporações. Essas medidas enraizaram na população um ódio milenar baseado numa ideologia demonizadora que culpou os judeus e o judaísmo pela morte de Cristo. O termo anti-semitismo foi criado no século 19, quando as teorias religiosas que acusavam os judeus de deicídio ficaram caducas. Nesse momento, a partir de uma leitura tergiversada das teorias ligadas ao darwinismo social, o motivo para perseguir os judeus começou a ancorar-se em pressupostos biológicos. Assim, para Hitler, existiam três raças: as “fundadoras” ou superiores, representadas pelos povos germânicos, as “depositárias”, pelos povos eslavos, e as “destruidoras” ou inferiores, que tinham nos judeus o exemplo paradigmático. Obcecado com o ideal de pureza racial, Hitler compreendeu a História como uma permanente luta entre as diferentes raças, na qual a raça superior devia utilizar todos os meios necessários para manter sua pureza. A essa visão histórica foi acrescentado o mito da “conspiração judaica mundial”, fortemente difundido em toda a Europa que, entre outras falácias, divulgou a idéia do poder econômico do povo judeu e do seu monopólio dos meios de comunicação. Os judeus foram transformados no bode expiatório e culpados de todos os males pelos quais atravessava a Alemanha, fazendo com que sua eliminação se tornasse um imperativo de Estado. Muitos ignoram que os campos de extermínio não estavam na Alemanha, mas na Europa do leste. Isso visava poupar os alemães do “trabalho sujo” e permitia aos poloneses, ucranianos e lituanos, acérrimos anti-semitas de longa data, colaborar ativamente com o ideal nazista de aniquilação total dos judeus. Nas cidades polonesas de Jedwabne, Radzilow, Wasosz e Stawinski, por exemplo, os moradores assassinaram milhares de judeus, sem nenhuma imposição dos alemães. Se algum episódio exemplifica o enraizado anti-semitismo polonês, ele é a matança de judeus depois de finalizada a guerra. O pogrom de Kielce (1946), um entre muitos, permanecerá na história polonesa como um dos maiores atos de covardia coletiva, no qual 42 sobreviventes do Holocausto foram assassinados pelos vizinhos. Por quê? Medo destes de ter de devolver, a seus donos judeus, as casas que haviam ocupado ilegalmente.


*Antropóloga e pesquisadora do Programa de Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas da Universidade de São Paulo (USP)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Massacre na Escola Carioca: Uma Tragédia Ainda Mais Trágica!


Bom, dessa vez vou falar sobre algo absolutamente chato e triste. Me refiro ao atentado suicida ocorrido na escola no Rio de Janeiro. Muito tem se falado sobre o fato (o que é natural) mas penso que a tragédia é ainda maior do que se apresenta. É claro que o primeiro aspecto que chama a atenção é o alto número de mortes as as circunstâncias como elas ocorreram. Todavia, existe ainda um outro lado trágico que me parece ter sido deixado de lado. A opinião pública tem concentrado todas as críticas na figura do atirador, mas será que ele é o único culpado? Penso que a resposta é não! É claro que o atirador é o pivô de toda tragédia, mas existem coisas a serem consideradas. Um primeiro aspecto é a total fragilidade de nossas escolas (em linhas gerais) em identificar seus frequentadores. Ora, não é admissível que um homem entre armado com dois revólveres calibre 38 "numa boa" sem nem ao menos ter seu nome questionado. A parte disso, vem o que eu considero mais importante nisso tudo: o papel do poder público na garantia da segurança nacional. Todos sabem da incrível facilidade em se adiquirir armas ilegais no Brasil. Basicamente basta ter dinheiro e adiquirir. Mas não é função do Estado garantir que armas ilegais não sejam negociadas no país? Não é função do Estado garantir o direito de toda criança à escola (em segurança é claro)? De forma mais ampla, não é obrigação do Estado garantir a segurança nacional? Armas não podem parar nas mãos de psicopatas como esse "inclassificável" que invadiu a escola. O tráfico de armas é um problema agudo no Rio a muitos anos e nada de eficiente é feito e nem se quer pensado. O descaso com esse problema tão grave ocorre muito pelo fato de termos nossas autoridades mergulhadas em corrupção de todo tipo, inclusive em tráfico de armas (o que, diga-se de passagem, é altamente lucrativo). Não sei se perceberam, mas os discursos das autoridades cariocas (prefeito, governador, secretário de segurança, etc.) foram sincronizadamente feitos com a clara intensão de "diabolizar" o "inclassificável" atirador e tirar a responsabilidade deles (autoridades) no caso. Não sejamos ingênuos de pensar que toda a culpa do massacre é do atirador, isso seria cair no jogo sujo do poder público, isso é pedir pra ser enganado. O sangue desses jovens mortos nesse massacre também foi derramado pelos membros do poder público, tanto quanto pelo atirador!

Profº Adriano Vieira (Graduado em História-UNIFSJ)