A idéia desse blog é discutir algumas questões atuais sobre História, Política e Sociedade. O objetivo é fornecer uma ferramenta a mais de entendimento ao leitor interessado e contribuir para construção de uma visão de mundo mais crítica.
Nos últimos dias surgiu a "notícia" de que há a possibilidade do Brasil superar a Inglaterra em termos econômicos em alguns anos. Sou meio cético quanto a previsões (lembro que muitos cravaram que a China superaria os EUA e isso não se confirmou, e parece estar ainda longe de se confirmar), mas, em virtude do considerável aumento das exportações do Brasil e dessa acentuada instabilidade financeira europeia, pode ser que isso ocorra. Aí, já tem um monte de gente achando que isso significa o fim dos males no Brasil. Alguns estão acreditando que isso transformaria o Brasil em um país de 1º mundo (sei que as expressões país de 1º, 2º e 3º mundo são anacrônicas, mas confesso que gosto de usar). Sinto informar, nada disso é verdade. No caso hipotético de o Brasil superar a Inglaterra economicamente, e se consolidar no cenário intenacional como uma das maiores potências econômica do mundo, isso nao mudaria a realidade interna do país, pelo menos não imediatamente. Ter uma economia forte (no caso brasileiro baseada no mercado externo) não apaga magicamente antigos gargalos brasileiros, tais como: educação precária, saúde em caos, geração de empregos tímida, falta de mão de obra especializada, etc, etc e etc. Não há nenhuma relação direta entre ser uma potência econômica e ser uma país de 1º mundo. Se economicamente estamos bem (e de fato estamos) por outro lado, temos problemas urgentíssimos a serem resolvidos internamente falando. Ainda há uma enorme caminho a ser percorrido pelo Brasil, se de fato queremos ser um país desenvolvido plenamente. O problema é que, ao contrário do que fazem com a questão econômica, não vejo nenhum indício de que nossas autoridades estejam trabalhando para melhorar as condições mais básicas do país. Portanto, não se iludam. Superar a Inglaterra econômicamente, não nos torna um país de 1º mundo como, por exemplo, a Inglaterra é!
Bom, eu sei que estamos na era das convergências das mídias e tudo, mas algumas coisas são bizarras em qualquer época. Por exemplo, nessa época do ano o You Tube vive cheio de vídeos de pessoas que gostam de "criar" saudações natalinas diferentes. Os caras vão lá e fazem aquela produção engraçada, diferente, improvisada e deixam uma mensagem de Feliz Natal. Isso eu entendo e aceito, apesar de não ver muito sentido na coisa em si, mas até aí tudo bem. Agora, o que leva uma emissora de televisão (que sonha em se tornar a nº 1 em audiência no Brasil) a fazer uma matéria especial e, portanto, longa sobre esses vídeos?! Pior do que formular essa pergunta na minha cabeça, é o medo que tenho da resposta que vai surgir. A resposta, meus caros, em geral é: "O povo gosta dessas coisas!" Mais triste do que a minha inquietação sobre o por que da matéria e do que a resposta para tal, é o fato de que a resposta "o povo gosta dessas coisas" constituiu uma absurda verdade. As pessoas no Brasil utilizam as redes sociais, os sites de compartilhamento de arquivos, etc. da pior maneira possível. Nos últimos anos, governos autoritários cairam em profusão mundo à fora muito em função da utilização da internet. Isso corrobora o meu pensamento de sempre de que a internet constitui hoje o principal veículo de manifestação social, desde que usda corretamente. A margem disso, no Brasil as pessoas assistem dezenas de milhares de vezes a vídeos patéticos de papais noéis dançando em frente a um árvore, o que logo se transforma em uma matéria da TV, e está tudo numa boa! Ah Renato Russo, que perguntinha difícil você fez quando decidiu cantar "que país é esse?!
Formado em História pelo Centro Universitário São José de Itaperuna(UNIFSJ), 27 anos, natural do Estado Rio de Janeiro. Historiador, Professor de História e Diretor Adjunto da Escola Municipalizada Dep. Armindo Marcílio Doutel de Andrade (CIEP-266). Grande interesse e paixão por História e Política, acreditando que o estudo sério dessas ciências contribuem decisivamente para formação de nossa visão de mundo, por vezes esteriotipadas. Acredito que a realidade social em que vivemos não pode ser apenas sentida, pois assim ela nos pesa, porém, deve ser pensada pois assim a mudamos!