Queria nesse texto voltar a falar sobre a crise política em Honduras, importando-me mais de perto com a participação do governo Brasileiro nela.
Como disse anteriormente, considero que a intervenção do governo brasileiro na crise hondurenha é absolutamente desnecessária. Como expliquei, em texto anterior postado aqui no blog, considero que o que houve em Honduras não foi um Golpe de Estado tal como o governo brasileiro insiste em afirmar (pelo menos não um golpe clássico). Todavia, o governo brasileiro acredita estar intervindo em favor da democracia e contra um golpe em Honduras (qualquer semelhança com os EUA talvez não seja meramente coincidência) e é nesse ponto que enxergo uma contradição interessante de se analisar. Ora, se o governo brasileiro considera o "Governo Interino" de Honduras um "Governo Golpista" deveria supor que, em se tratando de governos golpistas, o debate diplomático não é a melhor ferramenta de negociação, principalmente se a negociação for entre Nações organicamente diferentes. Seguindo essa linha diplomática a única coisa que o Brasil conseguiu até agora foi agravar ainda mais a crise na medida em que apóia a volta do presidente deposto, quando a principal exigência do "Governo Interino" para aceitar negociar é a desistência de Manoel Zelaia de voltar ao governo.
O fracasso das negociações e, em última análise, da intervenção brasileira na crise é claro. O próprio Ministro das Relações Exteriores deixou claro que não pode garantir a integridade da Embaixada Brasileira em Honduras. Já disse que considero a intervenção brasileira na crise hondurenha um erro e agora analiso que esse erro gerou um efeito em cascata, vejamos os passos de mais um vexame brasileiro: 1º) Intervenção desnecessária em uma questão de Estado de Honduras; 2º) Fracasso nas negociações; 3º) Aumento do Clima de Instabilidade Política; 4º) Mais um fracasso ao tentar impressionar a ONU para garantir uma cadeira na Organização.
Queria terminar deixando algo que vale a pena ser observado e pensado. O governo brasileiro entrou de cabeça na crise em Honduras utilizando-se da retórica Norte-Americana de que se tratava de um golpe que colocaria em risco a democracia na América e um a risco para Comunidade Internacional. Em contrapartida, o governo iraniano (esse sim de verdade) assusta, provoca, afronta e ameaça frequentemente a Comunidade Internacional e eu conheço apenas duas pessoas que acreditam que o Irã enriquece Urânio para fins pacíficos; Uma delas é o próprio presidente iraniano (pelo menos ele diz que acredita) e a outra é o Presidente Lula, que teve a "cara-de-pau" de dizer isso junto ao G-20. Vale lembra que até a Rússia (historicamente aliada política do Irã) começa a demonstrar apoio a possíveis sanções ao Irã em virtude de seu projeto nuclear.
É isso... Tanta preocupação e vexame em Honduras por um lado, e por outro tanta tolerância e "vista grossa" com o Irã. Contradição?! Ironia?! Insanidade?! Não sei ao certo, mas sei que alguma coisa ta errada o que, em se tratando de Brasil, não chega a ser uma novidade.
Como disse anteriormente, considero que a intervenção do governo brasileiro na crise hondurenha é absolutamente desnecessária. Como expliquei, em texto anterior postado aqui no blog, considero que o que houve em Honduras não foi um Golpe de Estado tal como o governo brasileiro insiste em afirmar (pelo menos não um golpe clássico). Todavia, o governo brasileiro acredita estar intervindo em favor da democracia e contra um golpe em Honduras (qualquer semelhança com os EUA talvez não seja meramente coincidência) e é nesse ponto que enxergo uma contradição interessante de se analisar. Ora, se o governo brasileiro considera o "Governo Interino" de Honduras um "Governo Golpista" deveria supor que, em se tratando de governos golpistas, o debate diplomático não é a melhor ferramenta de negociação, principalmente se a negociação for entre Nações organicamente diferentes. Seguindo essa linha diplomática a única coisa que o Brasil conseguiu até agora foi agravar ainda mais a crise na medida em que apóia a volta do presidente deposto, quando a principal exigência do "Governo Interino" para aceitar negociar é a desistência de Manoel Zelaia de voltar ao governo.
O fracasso das negociações e, em última análise, da intervenção brasileira na crise é claro. O próprio Ministro das Relações Exteriores deixou claro que não pode garantir a integridade da Embaixada Brasileira em Honduras. Já disse que considero a intervenção brasileira na crise hondurenha um erro e agora analiso que esse erro gerou um efeito em cascata, vejamos os passos de mais um vexame brasileiro: 1º) Intervenção desnecessária em uma questão de Estado de Honduras; 2º) Fracasso nas negociações; 3º) Aumento do Clima de Instabilidade Política; 4º) Mais um fracasso ao tentar impressionar a ONU para garantir uma cadeira na Organização.
Queria terminar deixando algo que vale a pena ser observado e pensado. O governo brasileiro entrou de cabeça na crise em Honduras utilizando-se da retórica Norte-Americana de que se tratava de um golpe que colocaria em risco a democracia na América e um a risco para Comunidade Internacional. Em contrapartida, o governo iraniano (esse sim de verdade) assusta, provoca, afronta e ameaça frequentemente a Comunidade Internacional e eu conheço apenas duas pessoas que acreditam que o Irã enriquece Urânio para fins pacíficos; Uma delas é o próprio presidente iraniano (pelo menos ele diz que acredita) e a outra é o Presidente Lula, que teve a "cara-de-pau" de dizer isso junto ao G-20. Vale lembra que até a Rússia (historicamente aliada política do Irã) começa a demonstrar apoio a possíveis sanções ao Irã em virtude de seu projeto nuclear.
É isso... Tanta preocupação e vexame em Honduras por um lado, e por outro tanta tolerância e "vista grossa" com o Irã. Contradição?! Ironia?! Insanidade?! Não sei ao certo, mas sei que alguma coisa ta errada o que, em se tratando de Brasil, não chega a ser uma novidade.
Profº Adriano Vieira (graduado em História-UNIFSJ)