quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Alguns Vexames São Desnecessários, o Em Honduras Era Um Desses.


Queria nesse texto voltar a falar sobre a crise política em Honduras, importando-me mais de perto com a participação do governo Brasileiro nela.
Como disse anteriormente, considero que a intervenção do governo brasileiro na crise hondurenha é absolutamente desnecessária. Como expliquei, em texto anterior postado aqui no blog, considero que o que houve em Honduras não foi um Golpe de Estado tal como o governo brasileiro insiste em afirmar (pelo menos não um golpe clássico). Todavia, o governo brasileiro acredita estar intervindo em favor da democracia e contra um golpe em Honduras (qualquer semelhança com os EUA talvez não seja meramente coincidência) e é nesse ponto que enxergo uma contradição interessante de se analisar. Ora, se o governo brasileiro considera o "Governo Interino" de Honduras um "Governo Golpista" deveria supor que, em se tratando de governos golpistas, o debate diplomático não é a melhor ferramenta de negociação, principalmente se a negociação for entre Nações organicamente diferentes. Seguindo essa linha diplomática a única coisa que o Brasil conseguiu até agora foi agravar ainda mais a crise na medida em que apóia a volta do presidente deposto, quando a principal exigência do "Governo Interino" para aceitar negociar é a desistência de Manoel Zelaia de voltar ao governo.
O fracasso das negociações e, em última análise, da intervenção brasileira na crise é claro. O próprio Ministro das Relações Exteriores deixou claro que não pode garantir a integridade da Embaixada Brasileira em Honduras. Já disse que considero a intervenção brasileira na crise hondurenha um erro e agora analiso que esse erro gerou um efeito em cascata, vejamos os passos de mais um vexame brasileiro: 1º) Intervenção desnecessária em uma questão de Estado de Honduras; 2º) Fracasso nas negociações; 3º) Aumento do Clima de Instabilidade Política; 4º) Mais um fracasso ao tentar impressionar a ONU para garantir uma cadeira na Organização.
Queria terminar deixando algo que vale a pena ser observado e pensado. O governo brasileiro entrou de cabeça na crise em Honduras utilizando-se da retórica Norte-Americana de que se tratava de um golpe que colocaria em risco a democracia na América e um a risco para Comunidade Internacional. Em contrapartida, o governo iraniano (esse sim de verdade) assusta, provoca, afronta e ameaça frequentemente a Comunidade Internacional e eu conheço apenas duas pessoas que acreditam que o Irã enriquece Urânio para fins pacíficos; Uma delas é o próprio presidente iraniano (pelo menos ele diz que acredita) e a outra é o Presidente Lula, que teve a "cara-de-pau" de dizer isso junto ao G-20. Vale lembra que até a Rússia (historicamente aliada política do Irã) começa a demonstrar apoio a possíveis sanções ao Irã em virtude de seu projeto nuclear.
É isso... Tanta preocupação e vexame em Honduras por um lado, e por outro tanta tolerância e "vista grossa" com o Irã. Contradição?! Ironia?! Insanidade?! Não sei ao certo, mas sei que alguma coisa ta errada o que, em se tratando de Brasil, não chega a ser uma novidade.

Profº Adriano Vieira (graduado em História-UNIFSJ)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Crise em Honduras X A Intervenção Brasileira



A crise política hondurenha vem sido notícia no mundo inteiro. Muito se tem discutido sobre esse assunto, visto a sua proporção o que, em última análise, preocupa o continente americano como um todo, e principalmente a América Latina. Isso posto, é necessário que se façam algumas ponderações a esse respeito principalmente no que concerne a atuação do governo brasileiro na crise.
Primeiramente é necessário entender o que de fato está ocorrendo em Honduras. O Presidente (o que estava em exercício) desencadeou um processo de muita instabilidade no cenário político ao propor um reforma constitucional que tinha como único objetivo tornar possível a sua reeleição. Essa proposta caiu como uma bomba, principalmente na oposição que de maneira nenhuma aceitaria tal mudança. É bom que se ressalte que, segundo a Constituição hondurenha, nenhum presidente eleito poderá se reeleger e seu mandato único será de quatro anos. A Constituição diz ainda que qualquer Presidente que proponha qualquer tipo de mudança constitucional visando o direito de reeleição deve ser afastado imediatamente da presidência, e as pessoas que promoverem essa reeleição devem perder a cidadania hondurenha.
Nesse sentido o Presidente hondurenho (o que foi afastado) incorreu em crime constitucional ao tentar violentar a Constituição. Como a Constituição não prevê como o afastamento do presidente que tentar se reeleger deve ser feito, ele acabou expulso do país pelos militares de Honduras (de madrugada e de pijama), decisão tomada pela Suprema Corte de Honduras, que tem como uma de suas funções interpretar as Leis Constitucionais. Assumiu interinamente o governo o Presidente do Congresso de Honduras, e a grande discussão ficou sendo se o que houve foi o cumprimento da Lei contida na Constituição ou se tratou de um clássico golpe de Estado. Vale lembrar que existem bons argumentos para as duas vertentes explicativas.
É nesse contexto que o governo brasileiro decidiu dar uma de EUA e interferir nas questões de Estado da "vizinhança", o que a meu ver é engraçado a beça! Em mais uma dessas atitudes insanas do Presidente Lula, o Brasil passou a levantar a bandeira pró retorno do presidente ao poder, o que acredito só estar sendo feito por desconhecimento da Constituição de Honduras, ou então se trata de mais uma declaração de amor do Lula ao seu ídolo Hugo Chaves, que também apóia o presidente deposto. O apoio de Hugo Chaves é muito compreensivo, trata-se de um presidente que alterou diversas vezes a Constituição Venezuelana e aumentou substancialmente seus poderes, apoiando outro que tentou fazer o mesmo. No caso do Lula, acredito que se trate primeiramente de uma coisa desnecessária do ponto de vista de alguma possível vantagem que o Brasil poderia tirar, até porque, não acredito que isso ajude o Brasil a conquistar uma cadeira na ONU o que, diga-se de passagem, tem sido o combustível das ações brasileiras em suas missões de paz, suas manifestações em favor da democracia em outros paises, etc...etc.. essas coisas hipócritas que o governo faz olhando pra Europa. Penso também, que possa estar havendo algum tipo de afinidade entre a vontade do presidente deposto hondurenho em se perpetuar no poder e aquela história medonha de se alterar a Constituição Brasileira e a possibilidade do presidente Lula disputar outra eleição que se ouviu muito forte há muito pouco tempo atrás.
Sei que talvez isso possa ser "forçar de mais a barra", mas tudo é possível quando falamos de presidente Lula, afinal imaginar que um dia o Lula, o Sarney e o Collor seriam amigos e parceiros políticos, também poderia ser considerado "forçar a barra", no entanto hoje é uma realidade.
Seja como for, o fato é que as Questões de Estado dizem respeito a cada país e devem ser tratadas internamente, de modo que interferir (exceto quando claramente necessário) na política de outros países é sempre algo perigoso e desnecessário.


Profº Adriano Vieira (graduado em História – FSJ)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A Racionalidade em Favor da Ignorância em Pádua




É impressionante como às vezes o ser humano se esforça pra negar sua racionalidade. Parece que às vezes as pessoas gostam de agir sem nenhum resquício de inteligência, ou qualquer outra virtude típica de nossa espécie.
Vejamos; aqui em Stº Antº de Pádua presencio várias vezes situações que me fazem crer cada vez mais que o ser humano sofre de algum tipo de "síndrome de ignorância". É como se, por alguma carência injustificada, as pessoas começassem a agir como animais irracionais, (sem querer ofender os animais irracionais que somente agem por instinto de sobrevivência) abrindo mão de um privilégio único de nossa raça, notadamente a inteligência mais apurada que se conhece entre todos os animais.
Recentemente, a Prefeitura Municipal espalhou pelas ruas da Cidade lixeiras de coleta seletiva. Isso é sem dúvida uma atitude inteligente que visa promover a melhor destinação final para cada categoria de lixo. Mas infelizmente não é todo mundo que pensa assim. Alguns "ilustres paduanos" tiveram a "racional" idéia de, em tempo Recorde, destruir todas as lixeiras instaladas pela prefeitura. Fizeram uma verdadeira "caçada animal" e danificaram todas essa lixeiras, de modo que é possível encontrar pedaços do que sobraram delas por toda parte.
Quando vi essa realidade aqui fiquei me perguntando: Quem será que quebrou essas lixeiras? Porque tanto empenho em realizar uma tarefa tão desgastante pra nada? As respostas que obtive, por meio da observação empírica em meio à madrugada, foi tão ridícula quanto o próprio vandalismo em si. Ninguém mais ninguém menos que em grupo de jovens de classe média alta, residentes aqui mesmo na cidade e que resolveram incorporar no cronograma das festas de fim de semana a "inteligente" e "sadia" diversão de quebrar lixeiras. Confesso que não me surpreendi, pois os maiores idiotas que conheço têm esse mesmo perfil que acima descrevi, mas não pude deixar de me decepcionar, afinal, pertenço à mesma espécie que eles (a espécie humana) e é triste saber que alguns de nós são tão limitados.
Pra finalizar, nesse mesmo dia em que descobri quem são os animais que estavam quebrando as lixeiras, vi um cachorro revirando o lixo de uma dessas lixeiras que esses animais humanos tinham posto ao chão. A princípio ironizei dizendo comigo mesmo: Esse cachorro é cúmplice desses caras, ta fazendo igual a eles. Todavia, refleti e cheguei a conclusão que de maneira alguma posso comparar a nossa raça humana (tão desenvolvida, tão racional, tão soberana) a de um animal como o cachorro. Afinal eu não tinha o direito de ofender aquele cachorro que apenas estava fazendo sua refeição!


Profº Adriano Vieira

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Temos o Que Merecemos, Até a Política.


Cada vez mais me convenço de que vivemos um momento jamais visto em nossa realidade social. Queria muito dizer que esse momento é bom, todavia classifico esse momento como TERRÍVEL. Refiro-me ao completo estado de bestialização em que a sociedade brasileira se encontra, sobretudo, no que concerne a nossa política. De maneira irônica, (e porque não dizer ridícula) a sociedade parece estar em um "coma profundíssimo" e não se atentam para as questões mais agudas que necessitam ser discutidas por nós, e mais que discutidas necessitam ser pensadas. Chego a essas conclusões por diversos meios, mas talvez o alto percentual de aceitação do atual governo, notadamente o governo Lula, seja a prova mais concreta de que estamos bestializados diante de uma realidade assaz difícil no âmbito político, que tem seu ponto de desembarque na esfera social, visto a inviabilidade de se separar os problemas desses dois seguimentos. A população parece ter adotado pra si o seguinte lema: "O menos pior já está bom!". O Presidente da República é "endeusado" por uns poucos méritos econômicos (lembrando que nesse sentido não se percebe muitas alterações relativas ao governo anterior) e não é crucificado por sua explicita conivência com a corrupção, conivência essa que já caracteriza o que, na ciência política, é conhecido como "estelionato político", visto que a bandeira "petista", num passado não muito distante, era levantada contra a corrupção. O Senado Nacional, que em tese seria a Casa das Leis, tornou-se a casa dos "atos secretos" em benefício dos propios senadores e de seus "chegados" sem que isso se configurasse em uma revolta social, quando muito, virou uma boa matéria jornalística não muito levada a sério pela sociedade. Parece que o que importa pra sociedade não é exercer sua função cidadã de cobrar seriedade das elites política. O que importa de verdade é ser feliz, e a felicidade nesse caso virou sinônimo de alienação. Estamos na era da internet, da convergência de mídias, as informações estão borbulhando em um turbilhão de meios de comunicação e a sociedade mesmo assim "não esta nem aí". Pra ser sincero, às vezes acho que a sociedade tem a política que merece, às vezes penso que o que a sociedade gosta mesmo é de ser violentada das maneiras mais variadas possíveis. Recentemente tenho ouvido aqui em minha cidade muitas coisas que ilustram isso que acabei de dizer. Por aqui acabou de se realizar um concurso público o que, diga-se de passagem, é uma grande vitória da sociedade paduana. Esse concurso coloca a funcionalismo público daqui em uma lógica de legitimidade até mesmo constitucional, por isso é uma grande vitória do povo paduano. É nesse contexto que me convenci ainda mais de que o povo gosta do errado, da política cafajeste, da ilegalidade visto que, não raramente, tenho ouvido pelas ruas coisas do tipo: "Eu vou conversar com o vereador ‘fulano’ pra ‘encaixar’ minha filha, pois ela não passou no concurso", ou então: "Eu vou pedir ao político ‘ciclano’ que tente reposicionar minha filha porque ela passou com uma nota muito baixa". São coisas desse tipo que me fazem pensar: Será que a sociedade merece bons políticos? Será que não seria uma incoerência que fossemos governados por pessoas honestas? De qualquer forma ainda dá pra sair do coma em que nos encontramos, a pergunta é: Será que queremos sair?!

Profº Adriano Vieira (Graduado em História)

domingo, 6 de setembro de 2009

Me permitam falar de futebol...


Queria começar parabenizando a diretoria tricolor pelo êxito alcançado hj na missão traçada desde o começo do ano de rebaixar o Fluminense pra 2ª divisão.Isto posto, queria completar que dentre tantas tristesas que o fluminense tem me feito passar, fui obrigado a conviver hj com mais uma: uma herança do Renato Gaúcho, qual seja um certo jogador chamado Roni. Esse "jogador" a que me refiro, simplismente perdeu a chance mais clara de gol do Flu, ou melhor, ele nem perdeu, pois na verdade ele furou e nem conseguiu acertar o instrumento de jogo conhecido popularmente como BOLA! Mais triste que isso é saber que nem assim ele pode ser considerado o pior jogador em campo. A conconrrência por esse "título" é grande no Flu. Eu particularmente elegi o "jogador" Diogo como o maior expoente entre os horríveis "atletas" do nosso querido "elenco". Esse jogador, o qual me recuso a tornar escrever seu nome, simplismente abusou do sagrado direito de errar em uma partida, chegando a obter a incrível marca de nenhuma jogada acertada em mais de 90 minutos de atuação. Continuar a descrever todas as deficiencias de todos os jogadores do Flu é absolutamente impossível nesse momente, além de ser uma missão inglória. De qualquer maneira, como um dos torcedores mais apaixonados pelo Fluminense, volto a enfatizar o sucesso alcançado por essa diretoria "maravilhosa" na dificil missão de rebaixar o time campeão da copa do Brasil 2007, vice-campeão da taça libertadores da América 2008, realmente essa diretoria merece meus "sinceros" parabéns!
Obrigado Diretoria do Fluminense por todas essas emoções!