Ao meu ver, essa entrevista da ex-primeira dama do Brasil foi uma das mais bizarras que eu já tive o desprazer de assistir. Quantos temas esclarecedores poderiam ter sido abordados e, no entanto, a entrevista (que foi anunciada como bombástica) se prendeu a ridículos temas, os quais fiz questão de listar abaixo:
--> Rituais religiosos do ex-presidente (inclusive deixando a entender que esses rituais ajudaram na eleição de Collor);
--> Insatisfação com a, segundo ela, "insuficiente pensão" de R$ 18,000;
--> Conversão de Rosane (após perder o status quo) a uma religião 'evangélica';
--> "Maldição do Collor";
--> Mentiras do Ex-presidente para se defender do impeachment;
--> Crise conjugal entre a ex-primeira dama e o ex-presidente;
--> Briga jurídica pela divisão dos bens pós separação.
Não serão com essas indagações que elucidaremos nossos períodos históricos mais conturbados. Talvez essa entrevista ilustre perfeitamente a diferença entre o trabalho do Historiador e o do Jornalista. O Jornalista, tem a intenção de impressionar no imediato, na hora, no momento, em outras palavras, o furo de impacto momentâneo. O Historiador por sua vez, está preocupado com a remontagem mais fiel possível de um período determinado de forma a atuar em algo durável, verdadeiramente esclarecedor. O objeto de estudo até pode ser o mesmo, mas o funcionamento da pesquisa é muito diferente.
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