quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ex-Prefeito de Pádua Luiz Fernando Padilha Leite e Preso!


O ex-prefeito de Pádua Luís Fernando Padilha Leite é um dos presos numa engenhosa operação realizada hoje (27) no interior do estado do Rio. Nando é acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude em licitações junto com outros ex-auxiliares da prefeitura de Pádua e mais ex-prefeito Foguetinho – está foragido – de Aperibé. Os detalhes da operação estão no blog do Sidney Rezende.
MP prende seis acusados de desviar mais de R$ 15 milhõesO Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro deflagrou na manhã desta quarta-feira, uma operação para cumprir nove mandados de prisão preventiva de envolvidos em desvio de dinheiro público.
Entre os crimes denunciados pelo MP estão formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações nos municípios de Santo Antônio de Pádua e Aperibé.
A denúncia é fruto do trabalho da Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal do MP (COESF) e da Promotoria de Justiça Criminal e de Tutela Coletiva de Santo Antônio de Pádua e um desdobramento das investigações que deram origem à operação “Uniforme Fantasma”, realizada em Magé.
A 1ª Vara de Santo Antônio de Pádua decretou também a quebra dos sigilos bancário e fiscal, o arresto de bens e o bloqueio de valores das contas de todos os denunciados.
De acordo com a denúncia, entre janeiro de 2005 e janeiro de 2008, as duas prefeituras celebraram, sem licitação, contratos com duas ONGs – a Associação Brasileira de Desenvolvimento Humano (ABDH) e a Organização Nacional de Estudos e Projetos (ONEP) – e desviaram para uso próprio parte das quantias depositadas nas contas dessas entidades. Foram desviados mais de R$ 15 milhões, inclusive dinheiro destinado à Previdência Social dos Servidores de Aperibé.
“Os valores que a Prefeitura de Santo Antonio de Pádua e a de Aperibé depositavam nas contas da ABDH e da ONEP eram, em sua grande maioria, sacados em espécie ou mediante pagamento de cheques e transferências eletrônicas em favor dos denunciados e de terceiros, que utilizavam os recursos transferidos pelos municípios, como se fosse propriedade privada, e beneficiavam-se de dinheiro público”, diz a denúncia do MP.
A prisão cautelar dos denunciados foi decretada para garantia da instrução criminal e da aplicação da lei penal, pois constam dos autos ameaças a um dos “laranjas” usados para o desvio de dinheiro público, um gari da Prefeitura de Pádua, que foi transformado em sócio de empresas e proprietário de diversos bens.
A operação contou com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) e entre os presos estão o ex-prefeito de Santo Antonio de Pádua, Luiz Fernando Padilha Leite, o “Nando”; o ex-secretário de Fazenda do município, Antônio Roberto Daher Nascimento Filho; o ex- Procurador Geral do Município, Hamilton Sampaio da Silva; o ex-Presidente da Caixa de Assistência Previdenciária e Pensões dos Servidores de Aperibé, Lupércio Rodrigues, e os advogados Paulo Fernando Martins e Enilda de Oliveira da Fonseca.
Segundo o Coordenador da COESF, Promotor David Faria, “a prisão dos envolvidos comprova mais uma vez que o trabalho de parceria entre os diversos órgãos do Ministério Público é o caminho para o enfrentamento eficaz dos crimes de colarinho branco”.
Ele ressaltou, ainda, que “essa forma de desvio de dinheiro público só é possível pela falta de fiscalizacao nos contratos celebrados entre o Poder Público e as ONG’s ” . Segundo ele, “na prática, o governante escolhe a entidade que bem entender, sem licitação, sendo essa a porta para os maus gestores públicos sangrarem o erário. É preciso que o Poder Público crie mecanismos efetivos de controles dessas entidades, o que infelizmente não vem acontecendo”.
Os presos foram levados para a Delegacia de Policia Fazendária. Encontram-se, ainda, foragidos o ex-prefeito de Aperibé, Paulo Fernando Dias, o “Foguetinho”, o ex-secretário de Administração de Pádua, Tarcísio Padilha Aquino; e o presidente da ABDH, Fermino Luiz dos Santos Neto.


(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Assim é a Justiça Brasileira"


Recentemente recebi um e-mail, que tinha como objetivo mostrar, por meio de um caso específico, as mazelas do sistema judiciário brasileiro! Sei que isso é algo até prolixo visto que não é necessário mais nenhum exemplo pra sabermos que nosso judiciário é capenga, mas esse caso tem uma particularidade, e daqueles que mexem com o nosso sentimento, que nos despertam para necessidade de mudanças, efim, que nos toca no mais profundo da ferida, que nesse caso é a aplicabilidade da lei para um pobre e a mesma lei para um mega empresário. Abaixo está está a integra do e-mail, que é uma sintése do caso, vejamos:


"ASSIM É A JUSTIÇA BRASILEIRA!

Eis o por quê da expressão:
'Deixar o cachorro passar e implicar com a pulga.'Isso foi exibido em todos os telejornais noturnos. Paulo, 28 anos, casado com Sônia, grávida de 4 meses, desempregado há dois meses, sem ter o que comer em casa foi ao rio Piratuaba-SP a 5km de sua casa pescar para ter uma 'misturinha' com o arroz e feijão, pegou 900gr de lambari, e sem saber que era proibido a pesca, foi detido por dois dias, levou umas porradas. Um amigo pagou a fiança de R$ 280,00 para liberá-lo e terá que pagar ainda uma multa ao IBAMA de R$ 724,00. A sua mulher Sônia grávida de 4 meses, sem saber o que aconteceu com o marido que supostamente sumiu, ficou nervosa e passou mal, foi para o hospital e teve aborto espontâneo. Ao sair da detenção, Ailton recebe a noticia de que sua esposa estava no hospital e perdeu seu filho, pelos míseros peixes que ficaram apodrecendo no lixo da delegacia. Quem poderá devolver o filho de Sônia e Paulo? Henri Philippe Reichstul, de origem estrangeira, Presidente da PETROBRAS. Responsável pelo derramamento de 1 milhão e 300 mil litros de óleo na Baía da Guanabara. Matando milhares de peixes e pássaros marinhos. Responsável, também, pelo derramamento de cerca de 4 milhões de litros de óleo no Rio Iguaçu, destruindo a flora e fauna e comprometendo o abastecimento de água em várias cidades da região. Crime contra a natureza, inafiançável. Encontra-se em liberdade. Pode ser visto jantando nos melhores restaurantes do Rio e de Brasília."


Acho que qualquer comentário que eu fizesse aqui seria desnecessário, por isso deixo apenas minha indignação em forma de silêncio!


(Profº Adriano Vieira, Graduado em História, FIPH-FSJ)

domingo, 17 de maio de 2009

Nada Como Um Mandato Após o Outro!


Quem poderia dizer que o nosso actual presidente, que outrora se posicionava como um "cão raivoso" em busca de clareza e justiça na administração pública, se posicionaria hoje contrariamente a uma CPI que a oposição (a sete anos essa mesma oposição era situação e o Lula "descia o pau" nela implorando por CPIs) tenta instaurar para analisar possíveis irregularidades na PETROBRÁS? Chega a ser patético e engraçado ver o presidente ir a público dizer que a oposição está mais uma vez o perseguindo. Mas como diria uma famoso cronista, o governo lula-petista é psicopata. Age como um psicopata. Ora, essa é a postura e a visão de mundo que os psicopatas tem. Sempre acham que todos estão contra eles, sempre acham que todos os estão perseguindo. Ora presidente, como poderia ser ruim uma comissão parlamentar de inquérito apurando a administração da maior estatal e orgulho do Brasil?! A não ser que hajam irregularidades que viriam atrapalhar a campanha política do PT para 2010, que aliás já começou faz tempo! Vamos lá presidente, cale a boca da oposição, mostre pra todo mundo que não tem nada de errado com a administração da PETROBRAS, porque se não pode surgir mais algum "perseguidor" seu e dizer que o senhor está com medo do resultado dessa CPI, e não é o seu caso né presidente?! Vamos lá, cadê aquele fascínio de sete anos atrás por CPI?!Cadê a vontade inquebrantável de apurar tudo?! Cadê aquele PT de esquerda que te colocou na presidência?! Como se não bastasse essa situação ridícula de clara contradição que o governo lula-petista se encontra, ainda temos que ouvir do presidente Lula, que isso que a oposição está fazendo é uma jogada política visando as próximas eleições. Sabemos que é uma jogada política da oposição pra isso sim, mas o presidente tentar acusar alguém de estar fazendo campanha política chega a ser ridículo, ou será que ninguém percebeu a grande notoriedade que a ministra Dilma está tendo nos últimos meses?! Campanha, situação e oposição estão fazendo, a diferença é que a oposição não tem mais meio ano de mandato pra exercer, o Lula tem, e, cá pra nós, ele pode estar fazendo de tudo nesses últimos meses, menos governando!


(Profº Adriano Vieira, Graduado em História, FIPH-FSJ)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

E o Povo Nessa História?!


O problema do "povo", é que quando falamos em "povo" estamos falando em "pobres eleitores", são esses que elegem, são esses que fazem candidato "X" ou "Y" liderarem pesquisas, e não se pode esperar desse "povo" muita coisa em responsabilidade pública. Historicamente não se verifica em nenhum momento uma escola cívica que possibilitasse ao "povo" exercer a democracia representativa. Saímos de um Império Constitucional para uma República Democrática no susto, sem nenhuma base que pudesse formar o pensamento político brasileiro. Por incrível que pareça os anos entre 1946 e 1964 foram, mesmo com toda tensão política, mais morais do que os da nossa atual redemocratização. Escândalos como os do governo Lula, jamais seriam aceitos pela juventude dos anos que acima me referi, por muito menos observamos manifestações contundentes da população da época. Hoje por incrível que pareça (e olha que é muito incrível mesmo) as instituições políticas se fortaleceram, não por moralidade política, mas por maestria na "arte de enganar". Não podemos jogar a culpa toda para o "povo" (pelo menos enquanto ainda pudermos celebrar os votos dos analfabetos), e livrar a cara dos nossos órgãos públicos que são parte integrante desse pacote lula-petista que vemos aí a solta. Acusados são reeleitos, mas só são reeleitos porque puderam disputar cargos públicos, isso porque o judiciário brasileiro se omite, é lento, burocrático, capenga, anacrônico, ridículo. Os acusados são perdoados (isso quando são julgados), a maioria comemora a prescrição do processo. Nesse jogo sujo não há inocentes só culpados, o povo com sua parcela, os poderes executivo, legislativo e judiciário com as deles.O "povo" não sabe escolher, não tem capacidade para isso, é facilmente bombardeado pela artilharia da campanha suja feita na grande mídia, ainda existem "votos de cabresto", pesquisas atuais indicam que quase 60% dos alunos que se formam no Ensino Médio todos os anos são quase semi-analfabetos, sabem pronunciar as palavras de um texto, mas não tem capacidade nenhuma para entendê-lo! Esse é o nosso "povo" moldado e cultivado desde os primordes da República.Mudanças substanciais até podem vir pelo voto, mas com esse tipo de eleitorado não é tão simples como se imagina!


(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A História da Moralidade Política do Brasil Ainda não foi Escrita!


A História da Moralidade política do Brasil ainda não foi escrita! Se fizermos uma análise de nossa história política republicana, iniciaremos com m golpe, muito mal articulado por sinal, onde não se tem nem un consenso sobre a liderança efetiva do movimento golpista de 1889. Ali começava o nosso "calvário polítco". Inaugurou-se a "República Oligarquica", aquela mesmo dos "coronéis". Um período marcado por corrupções, eleições descaradamente forjadas e manipuladas, votos abertamente obrigatórios, um mandonismo rural de dois Estados apenas, enfim uma série de entraves políticos que desaguavam sempre na viciosa relação de interdependência entre as elites políticas e os grandes proprietários de terras. O povo anciava por mudanças profundas em nossa política. Chegamos em 1930. Acreditou-se que com a subida ao poder, (atraves de outro golpe) de Getúlio Vargas o Brasil engressaria em uma nova era política e viveríamos as sonhadas mudanças para melhor. A princípio o "governo provisório" onde o que se viu foi um mandonismo de Getúlio que passou a tomar decisões coletivas sem nenhum compromisso com o que acharia o povo. Anos mais tarde, depois de muitas pressões, Getúlio jurou uma Constituição, engressavamos no "governo constitucional" e agora sim tudo seria diferente. Mas ainda não seria dessa vez. Utilizando-se de muita retórica e de um populismo perigoso Getúlio se fortalecia junto aos trabalhadores dando a falsa impressão de que os beneficiava, quando na verdade apenas se aproximava dos trabalhadores para ter maior controle sobre suas ações, em uma jogada só aumentava seu prestígio junto as massas e as mantia sobre seu controle. sem falar em suas loucuras administrativas como por exemplo quando dobrou o salário mínimo na única intensão de fortalecimento político. As coisas ainda não tinham mudado. Fazendo valer uma de suas mais bizarras frases "A Constituição é como as virgens, foi feita pra ser violada", Getúlio rasga a Constituição (que ele na verdade nunca seguiu) e inaugura no Brasil um de seus períodos mais sombrios, o "Estado Novo". Um período marcado por forte sensura, atentados governamentais, presidente chefiando grupo de extermínio, apoio e admiração ao movimento Nazista, etc..etc..etc... Sem dúvida não foi nesse período que alcançamos a sonhada mudança política. Mas o contexto mundial ajudou a acabar com o isso, Hitler caiu, a crença em um Estado máximo e forte caiu junto, não estava mais em alta a idéia de um governante mão de ferro, linha dura, as pressões foram muitas e Vargar fora deposto. Será que agora viria a mudança política pra melhor?Com certeza não foi isso que ocorreu. Depois da queda de Vargas, o Brasil passou por um extenso período de instabilidade política que teve seu momento mais ácido entre os anos de 1961 e 1964. Substituindo o memorável JK, Jânio Quadros fora eleito presidente do Brasil tendo como vice João Goulart, sobre o slogam do "Varre!Varre!Vassourinha!" fazendo alusão de que iria varrer a corrupção que nos assolava desde Deodoro. Então agora a coisa mudou?Não, sete meses depois de sua posse Quadros renunciou alegando que forças ocultas terríveis o abrigaram a fazer isso. Mas quem sabe agora com a subia de seu vice ao poder o Brasil conheceria a felicidade?!É também não foi dessa vez. Jango estava em visita oficial a China comunista, acusaram ele de estar se dobrando ao comunismo(retórica pra mais um golpe), sua posse foi tumultuada, o Brasil teve que mudar seu sitema politico para o parlamentarismo, fruto de uma manobra para que Jango assumisse mas sem poderes efetivos, o que logo depois foi derrubado em um plebicito. esse período foi marcado por uma forte tensão entre as elites políticas e as forças militares desejosas de mudanças, mas mudanças pra que?Pra melhor?! Em 31 de março de 1964 começou uma mudança sim, mas não foi pra melhor. Os militares (por meio de mais um golpe) tomaram o poder e depuseram Jango. O Brasil conheceu o seu pior momento de toda sua história política! Castelo Branco assumiu o poder, até que ele era "chapa branca", moderado. Mas depois veio a turma da "linha dura", baixaram o AI-V, fecharam o congresso, escancararam a sensura, baixaram o cacete, mataram, torturaram, humilharam todas as pessoas que se opusecem ao regime.Com certeza nossa mudança pra algo melhor não se deu nesse contexto. O regime militar s edesgastou, ruiu por dentro, e em uma transição controlada pelos militares o Brasil se redemocratizaria. Agora sim, agora acoisa vai! Tancredo Neves foi eleito democraticamente com ampla aceitação popular, tudo se encaminhava para os anos de ouro da pilítica brasileira. Mas Tancredo fez a única coisa que não podia ter feito, morreu!Uma morte tipicamente do meio político brasileiro, estranha, sem maiores explicações!Quem assumiria em seu lugar seria José Sarney!Já começamos errado, pois Sarney não poderia assumir como vice já que para isso deveria ter tomado posse da vice-presidência algo que não ocorreu, mas pra evitar um desgaste preferiram colocar ele na presidência mesmo que inconstitucionalmente. A mudança viria com Sarney?De maneira alguma Sraney era ferrenho admirador do regime militar, não poderia vir com ele nossa mudança.Com ele vei inflação, aumento da taxa de juros e um plano ecônomico horroroso! Sarney passou, agora quem assumiria sepois de uma campnha política extremamente manipulada pela mídia seria Fernando Collor. Carinha de bom moço, atleta, galã, enfim chegou com status de...de...hummm.... sei lá o que!!!!Descobriram que seu tesoureiro P.C. Farias teria cometido inúmeras irregularidades na sua campanha, entre outras coisas, iniciou-se um processo e impitimam que ocorreu mesmo depois de Collor ter renunciado. E agora, será que tem ou não tem mudança?Tem, mas não pra melhor! Quem assumiu em seu lugar foi Itamar Franco, seu mandato não teve nem muitos tropeços, nem muitas glórias, passou meio que despercebido em um mandato tipicamnete de transição. Mas depois dele veio o nosso Glorioso Fernando Henrique Cardoso, o FHC! Mudaríamos agora pra um patamar superior em política? Nem tanto, FHC se mostrou um grande estrategista, mas era um burocrata, intelectual sim, mas não muito disposto a mudanças substanciais! Consegui controlar a inflação, o que sem dúvida foi a marca positiva de seu mandato, mas privatizou muito, e as vezes sem muitas explicações. Bom, só nos restava depois de tantos anos de espera o nosso Luis Inácio Lula da Silva. Foi a 1ª vez depois do reime militar que um presidente eleito passou a presidência para outro presidente eleito, isso parecia ser um bom sinal. Muitos depositaram em Lula a última esperança de mudança política, de fim da corrupção, de novos tempos, mas o governo Lula se mostriu ser um governo Psicopata!E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de "povo", consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações "falsas", sua condição de cúmplice e comandante em "vítima".E a população ignorante engole tudo.Como é possível isso?Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade.Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF.Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem.A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização.Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua.O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito.Está havendo uma desmoralização do pensamento.A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo.A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos!Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.Adoraria terminar esse texto dizendo que em fim nossa política teria se moralizado, mas quando a gente pensa que já viu de tudo na política, somos surpreendidos por um PT que é um PSDB disfarçado e um presidente que de esquerda só tem a barba. O pior é saber que todo esse texto que escrevi não significa nada diante do poder de fogo do nosso governo que foi de esperança a desilusão em apenas dois mandatos e que as palavras estão sendo esvaziadas de sentido. O governo do Lula está criando uma língua nova, uma novi-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte, e tudo que queríamos era uma profunda mudança na forma de se fazer política nesse país!


(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Democracia: Alguns Apontamentos.


O processo democrático é, sem dúvida, algo nutrido de regras e procedimentos que a maioria das pessoas acham que se limitam apenas a liberdade de escolha de candidatos em períodos eleitorais. Contudo, democracia é algo mais complexo que isso. A democracia é algo provido de procedimentos e regras que buscam de alguma maneira o envolvimento das partes interessadas no maior grau possível. No jogo democrático busca-se a formação de uma maioria que deve ser estabelecida através do debate desprovido de restrição entre as partes que se propõem a disputa democrática. É importante também sabermos que procura-se sempre o estabelecimento de um compromisso entre as partes o que daria conta de que a maioria vitoriosa seja respeitada e a minoria derrotada tenha um papel ativo no jogo político. Seguindo esses aspectos de compromisso e debate livre entre as partes estamos assim definindo bem os procedimentos da democracia representativa, talvez mais do da democracia direta. Percebemos, deste modo que os procedimentos da democracia são cadenciados, burocráticos. Podemos ainda nos voltar ao conceito de democracia por um outro viés. Assim, podemos procurar entende-la como forma de governo que se opõe a qualquer tipo de governo autocrático. A democracia seria, portanto uma forma governamental que pensa em um governo voltado não para a figura de um indivíduo que toma as decisões ao seu modo sem que se leve em conta os interesses coletivos, mas sim para o atendimento das vontades da sociedade. Desta feita, se faz necessário estabelecer uma forma de governo que atenda os anseios da sociedade. Visto a inviabilidade de que em qualquer grupo social todas as pessoas decidam, tomem as decisões do grupo, a democracia se constitui de uma ferramenta fundamental para regular através de métodos e procedimentos quem irá tomar essas decisões que implicam uma sociedade inteira. Deste modo, destaco que a democracia é caracterizada por um conjunto de regras que estabelecem quem está autorizado a tomar decisões coletivas e com quais procedimentos. A legitimidade que a democracia encontra esta no fato de que em qualquer grupo social existe uma necessidade sempre constante de se tomar decisões coletivas, o que via de regra deve ser feito com a máxima cautela e sensibilidade uma vez que as decisões coletivas nunca alcançam a satisfação plena da sociedade, porém devem buscar a satisfação maior possível dos membros*. É claro que não tenho a intenção de nessa singela publicação esgotar um tema tão intenso quanto é "democracia". Tentei apenas trazer alguns apontamentos, no sentido de tentar desfazer uma visão reducionista que muitas pessoas que vejo pelas ruas tem a cerca de democracia, talvez pela não existência no Brasil de um "escola cívica" que possibilite a população ter um horizonte mais amplo a esse respeito.


*No 1º capítulo de minha monografia (Poder Civil e Poder Militar na Ditadura) trato esse tema de forma mais aprofundada.


(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Democracia: Nosso mal Necessário!


Já foi dito que "a democracia é um sitema político horrível, porém é o melhor existente". Ainda nessa linha, sabemos que o exemplo mais bem acabado de democracia existiu na Grécia Clássica, mais precisamente em Atenas. Contudo, a democracia direta, como se observou em Atenas, morreu de modo trágico para não mais voltar. Rousseau, séculos mais tarde, voltou a propor alguma coisa na linha de "democracia direta" desenvolvendo o conceito de "vontade da maioria". Em Rousseau, a população teria participação direta nos rumos políticos, todavia, isso não significa dizer que todos seriam atendidos em suas posições. Se a vontade é da maioria, existe com certeza uma minoria que não terá suas posições atendidas. O que fazer então com a minoria insatisfeita? Para responder isso é preciso colocar outra coisa fundamental no pensamento político de Rousseau. Para ele "a igualdade gera liberdade". Se no pensamento político de Lock, "a liberdade gera igualdade" em Rousseau observa-se o contrário. Se "a igualdade gera liberdade", a saída que Rousseau dá para lidar com a minoria que não terá seus posicionamentos atendidos, é convencer a minoria a ser livre. Por exemplo, se um determinado grupo acha que o mais importante é à construção de uma ponte para a escoação de mercadorias, e uma maioria acha que o importante é investir em barcos para isso, a "vontade da maioria" é o investimento em barcos. A minoria que achava melhor a construção da ponte encontrasse, nesse caso, fora da "vontade da maioria" e portanto não pensam igual a maioria. Mas, a "iguladade gera a liberdade", e não pensando igualmente como a maioria essas pessoas não são livres. Sendo assim, eles serão convencidos a serem livres. Seriam convencidos de que, estando fora da "vontade da maioria", não participam também da liberdade (ao meu ver essa saída que Rousseau dá é absolutamente fantástica). Outrossim, Jean Jaques Rousseau não estava pensando nesse tipo de democracia em países muito grandes e populosos, ele pensou essa democracia tendo em mente a cidade de Genebra (Rousseau era suíço e não francês como comumente se imagina), para localidades muito grandes e populosas Russeau achava que o bom mesmo era Monarquia, o que se percebe nas leituras a cerca de sua idéia de "Tratado Social". A democracia que vivemos hoje mada tem a ver com Atenas ou Rousseau, trata-se da "democracia representativa", onde temos o privilégio de escolhermos com que corda queremos ser enforcados! Mesmo assim a democracia continua sendo o que temos de melhor em termos de sitema político, até porque depois dela o que sobra são monarquias ou tipos de governos ditatoriais que ainda conseguem ser piores que a democracia. Dos males, o menor!
(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

domingo, 10 de maio de 2009

Em Tempo de Gripe dos Três Porquinhos, o Lobo Mal Continua Sendo o Governo!


A Organização Nacional de Saúde (orgão máximo em saúde mundial) vem se mostrando bastante cauteloza e até mesmo preocupada com a iminência de uma nova epidemia global, notadamente a do vírus infuenza A (H1N1) conhecido também como gripe suína. Aqui, pelo nosso "fascinante" Brasil, o governo tenta nos dar a falsa e ridícula idéia de que estamos preparados para combater a nova gripe. Mas será que realmente estamos? A resposta com toda certeza é NÃO! Como o nosso Ministro da saúde pode vir a público dizer que o Brasil não tem motivos pra ficar alarmado se a nossa realidade é um sistema de saúde absolutamente falido? Como poderíamos ficar tranquilo com a presença de um novo vírus em nosso território se não conseguimos combater o nosso velho conhecido Aedes Aegypti? Como estaríamos preparados para recebermos em nossos hospitais uma possível demanda de pacientes necessitados de pronto atendimento, em função de uma epidemia da nova gripe, se deixamos diariamente pessoas morrerem nos corredores? Seria muito engraçado ouvir essa falsa tranquilidade do governo, pena que é extremamente trágico! Mas temos motivos pra comemorar (pelo menos é o que o governo diz), depois de muito tempo o Brasil vai voltar a emprestar dinheiro ao FMI, não é entusiasmante?! Alguém aí tem dinheiro na poupança?!

(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Divididos Entre dois Mundos: "Brasil" e "Congresso Nacional"


A coisa tá tão feia no Congresso Nacional, que nem a opinião pública intimida mais os nossos "digníssimos" parlamentares. É como se eles tivessem evoluído a um nível tal de cara-de-pau, que nem mesmo a inimiga mortal chamada "opinião pública" pudesse com eles! É assim agora!A turma do "colarinho ocupado" não está nem aí pra nada! Pouco importa ser um relator de um processo, pouco importa se o cara tinha um "pequeno e humilde castelo", afinal de contas não dá pra provar mesmo. É como se estivessemos em dois mundos distintos: de um lado o nosso mundinho dos pobres mortais chamado Brasil, de outro o mundo em plano superior chamado Congresso Nacional. Se o primeiro tem problemas, o segundo é o exemplo mais bem acabado de paraíso. Lá nesse mundo paralelo chamado Congresso Nacional as leis são feitas de parlamentares para parlamentares, lá as coisas mudam de nome, por exemplo no Brasil dos pobres mortais, quem se apropria indevidamente de alguma coisa é chamado de ladrão, lá no paraíso Congresso Nacional quem faz isso é chamado de corrupto. Aqui no nosso mundo quem for pego procedendo fora do que estabelece a nossa Constituição é safado lá, no Paraíso deles, fugir as regras é "quebra de decoro parlamentar". Estamos divididos entres duas classes agora, os brasileiros e os parlamentares, em qual delas você está?!
(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

1964/2009, "Mais do Mesmo"!


Estava aqui pesquisando alguns artigos na internet, quando vi uma publicação que me chamou à atenção. Tratava-se de um texto que procurava, de alguma maneira, estabeler algumas relações um tanto quanto difíceis (pelo menos do ponto de vista prático) tais como: "FARC e Comunismo", ou uma ainda mais complexa relação entre "Presidente Lula e FARC". Não estava preocupado, por hora, em verificar o autor do texto, porém percebi um ligeiro envolvimento pessoal ao longo das linhas. Em algum momento do texto, o autor (até então desconhecido por mim) argumentava que:

"Do mesmo modo que Chávez, Ortega e Correa, Lula “esquece” que as FARC são terroristas, seqüestradoras, genocidas, narcotraficantes, extorsionistas, etc.; porém, isso sim, as considera como uma força política rebelde, ao tempo em que, sem deixar de apoiar o bando delitivo em tudo, se faz de desentendido e afirma que sua intervenção dependerá da autorização do governo colombiano. Dupla moral em toda sua extensão! Típico comportamento de um marxista-leninista convicto!"


Fiquei perplexo ao ler isso, e automáticamente me remeti ao contexto político de 1961 à 1964, quando o Brasil se viu, assim como o mundo, dividido entre "manutenção da ordem liberal burguesa" de um lado e "comunismo alienígena" do outro. Nesse período percebeu-se uma profunda crise política onde as elites políticas civis se viram as voltas com as instituições militares por conta de uma suposta tendência comunista que estaria sendo seguida pelo presidente João Goulart, que por sua vez era repudiada pelos militares que viam nisso a possibilidade de destruição dos valores ocidentais, notadamente cristianismo, democracia e capitalismo. Porém, sabemos que o discursso militar era totalmente esvaziado de valor, primeiro porque Jango podia ser tudo, menos comunista, e segundo pela hipocrisa com a qual tratavam as possíveis consequências de uma mudança da ordem liberal burguesa para o "alienígena" comunismo! O desfecho dessa crise é conhecido de todos, quando por meio de um golpe militar clássico o presidente João Goulart foi deposto sendo promovido a presidência da Repúbila o Gal. Castelo Branco, dando início assim ao que a historiografia chama de "regime militar"! Contudo, lembro a todos que o contexo acima mencionado refere-se aos anos de 1961 a 1964, de modo que nosso atual contexto não se compara em nada com aquele. Será mesmo? Quando terminei a leitura (diga-se de passagem, que não serviu pra quase nada), tive o cuidado de ver quem era o autor, e pra minha não surpresa tratava-se de ninguém mais ninguém menos que o Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido ( analista de assuntos estratégicos ). Penso que só poderia usar uma frase pra terminar essa minha publicação: "Algumas coisas nunca mudam!"




(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

domingo, 3 de maio de 2009

S.O.S. Homens Públicos Urgente!


Max Weber já nos apontava para o que ele chamou de "politico vocacionado". Um homem público, dotado de virtudes públicas e condições reais de se posisionar da forma mais adequada possível diante das situações de interesse público. Weber nos apontava que esse homem "não pode viver da política, porém deve viver para a política". Contudo, Weber nunca falou em super-heróis, apenas falava na importância do "homem público", da "política como vocação". Esses lacaios, tais como, Presidente da República, Senadores, Deputados, Governadores, Prefeitos e Vereadores que ridicularizam a política brasileira e à coloca entre as mais corruptas do mundo certamente não tem a política como vocação, mas sim, como plano de carreira, como objetivo financeiro. Aposto que a maioria deles nunca ouviu falar em Max Weber, ou em Maquiavel, ou Rousseau, Thoma Hobbes, enfim numa série de intelectuais que contribuiram para que a política se tornasse uma ciência dotada de particularidades e de compromisso social. Aliás, não é preciso nem ter formação de nível Médio para o mais alto cargo público, né?! Seja como for, a realidade é uma só: Estamos carentes de homens públicos! Que possam se levantar entre nós esses políticos vocaionados, de preferência sem que queiram passear com suas famílias pelo Brasil e pelo mundo com nosso dinheiro, né?! Enfim, senhores Governantes e Palarmentares, nunca é tarde para se iniciar uma leitura, né?! Quem sabe entre um vôo e outro que vocês fazem com nosso dinheiro não se prestem a ler um Max Weber da vida, ou quem sabe um Maquiavel, sei lá, o cardápio é grande!
(Profº Adriano Vieira, Graduado em História, FIPH-FSJ)

sábado, 2 de maio de 2009

Paduanos do Meu Brasil...


É incrível, e porque não dizer ridículo, como algumas antigas práticas políticas que comumente ocorriam no período chamdo pela historiografia de 'Primeira República', ainda persistem em ocorrer em nosso dias atuais. Tal ridicularidade fica ainda mais evidenciada quando observamos as cidades do interior do Brasil. Não é difícil vermos cidades de grande potencial econômico sendo sufocadas por práticas políticas desastrosas, capengas, anacrônicas, ridículas! Por exemplo, em Santo Antônio de Pádua-RJ , (cidade na qual nasci e fui criado) o jogo político permanece, em muitos aspectos, o mesmo do período oligárquico (1889-1930). O que mais me chama a atenção são as constantes sucessões de prefeitos e, em grande medida vereadores, sempre marcadas por enormes esquemas de corrupção eleitoral (o povo alienado de Pádua por vezes afirma que isso é democracia), seja por compra de votos clássicas, intimidações, propagandas enganosas e, como não poderia faltar, pela tradicional "farra da distribuição de cargos públicos"! As elites políticas locais, notadamente a direita hipócrita, sempre se articulam para manter a população votante em suas mãos, mesmo que para isso tenham que sacrificar o desenvolvimento, econômico, cultural e social da cidade, mesmo porque seria muito mais difícil enganar a população local se a cidade atingisse esses níveis de desenvolvimento. Qualquer semelhança com o período oligárquico de nossa história não é mera coincidência, mas sim, um combinado de esforços para manter a sociedade paduana "à mercê" dos governantes locais. Mas seriam as elites políticas locais os principais culpados por tudo isso? Penso que a resposta é NÃO! Penso que a parcela de culpa de nossa "direita hipócrita" e relativamente pequena, atribuo a própria sociedade paduana a maior responsabilidade. A análise política que faço a cerca de Santo Antônio de Pádua, é que as elites políticas locais lançam "iscas de corrupção", contudo os paduanos adoram ser pescados! Não é difícil ver pessoas aqui orgulhosas por serem 'isso' ou 'aquilo' na prefeitura, por receberem 'isso' ou 'aquilo' do político "X", enfim, por vezes abservo pessoas que vendem por favores (diga-se de passagens favores usando a máquina governamental é crime), e que acabam pouco se importando com a realidade política do município, deixando claro assim, que o que importa não é o bem da sociedade, e sim o seu próprio bem. Viram as costas para a sociedade, mesmo sabendo que somos orgânicamente dependentes de convívio social. Essas pessoas não sabem o mal que fazem para a sociedade, não sabem a gravidade dessas posturas repudiáveis. A esse tipo de pessoa atribui-se o título de "Analfabeto Político", e esse é com certeza o pior de todos os analfabetos. A sociedade paduana é analfabeta politicamente. Se acham espertos por conseguirem "favores" políticos, mas não sabem que são antes de tudo são "Analfabetos Políticos"! São os alimentadores de todas as mazela póliticas do município, se alguem morre de fome em Pádua, com certeza o analfabeto político paduano participou desse óbito, se alguém é obrigado a traficar para sobreviver, o analfabeto político paduano participa desse tráfico, se grande parte da população não tem habitação, o analfabeto político paduano contribui pra isso, enfim, o analfabeto político paduano, que se julga tão esperto por ser favorecido políticamente, na verdade é o mais completo dos idiotas. espero que um dia nossa sociedade saiba o que é política, o que é democracia e, sobretudo, o que é cidadania!


(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dos Aguerridos dos Anos 60 e 70 aos Internaltas do Início do Séc. XXI


Parece incrível ver com que lentidão e dês-compromisso a sociedade se atenta para os males que direta e diariamente são proferidos a ela. Sobretudo chamo a atenção para os jovens de nossa geração, que perecem se encontrar – parafraseando uma polêmica banda - em “estado de coma semi-profundo”. Muitos fatos se aglutinam, muitos escândalos políticos se repetem e nossa juventude parece estar alheia a tudo o que se passa. Como podemos admitir que nossos jovens não aspirem uma mudança social profunda visto o total descaso que a atual trata a sociedade? Como podemos nos contentar que nossos jovens existam sem existir? Como podemos aceitar que nossos jovens sejam atropelados por uma enorme bola de informações (muitas delas escandalosas) sem se posicionarem? As respostas para muitas dessas perguntas acredito estar no total “Estado de Anomia” no qual a sociedade e principalmente os jovens se encontram hoje. Se compararmos os nossos jovens de hoje com a juventude dos anos 60, 70 e uma boa parte dos anos 90, o que veremos é uma dicotomia orgânica profunda entre elas. Nas décadas a que me referi a cima, pequenas turbulências no Congresso Nacional eram suficientes para que um grupo estudantil se organizasse e, com uma visão política hoje não existente, se colocasse em oposição e transformasse toda sua indignação em um ato público que de maneira decisiva contribuía para uma mudança, para uma reformulação e em alguns casos, para uma verdadeira reorganização política em nossas instâncias democráticas. Hoje parece que esse fervor juvenil se extinguiu, logo agora que temos todos os aparatos tecnológicos a nosso favor, nossos jovens preferem se acomodar, se calar diante de tantas coisas que os afetam. Será que ninguém ensinou a nossos jovens o que é Política? Será que não os ensinaram o que é Capitalismo? Será que não os notificaram a respeito do Comunismo? Será que não conhecem o bom velhinho Karl Marx? Será que não conseguem saber o que é burguesia e o que é proletariado? Receio que a resposta para essas perguntas seja NÃO! Assim sendo se compreende porque tanta alienação, porque tanta ignorância política. Me recuso a acreditar que a memória dos jovens guerrilheiros urbanos do fim da década de 60 e inicio da década de 70, que, de maneira tão apaixonada, se opuseram a ditadura que se instalara no país, esteja sendo esquecida, e que a memória que estamos deixando para as próximas gerações de jovens seja a de que os jovens do início do séc. XXI viviam em uma condição tal, que “acariciavam o lobo, achando que era seu animal de estimação”, não conseguiam diferenciar “banqueiros de bancários mega-traficantes de meros funcionários” e vivam “estagnados e continuavam regredindo enquanto o ‘Comando Delta’ tinha cada vez mais motivos pra permanecer sorrindo”.

Adriano Vieira (Graduado em História FIPH-FSJ)