
O problema do "povo", é que quando falamos em "povo" estamos falando em "pobres eleitores", são esses que elegem, são esses que fazem candidato "X" ou "Y" liderarem pesquisas, e não se pode esperar desse "povo" muita coisa em responsabilidade pública. Historicamente não se verifica em nenhum momento uma escola cívica que possibilitasse ao "povo" exercer a democracia representativa. Saímos de um Império Constitucional para uma República Democrática no susto, sem nenhuma base que pudesse formar o pensamento político brasileiro. Por incrível que pareça os anos entre 1946 e 1964 foram, mesmo com toda tensão política, mais morais do que os da nossa atual redemocratização. Escândalos como os do governo Lula, jamais seriam aceitos pela juventude dos anos que acima me referi, por muito menos observamos manifestações contundentes da população da época. Hoje por incrível que pareça (e olha que é muito incrível mesmo) as instituições políticas se fortaleceram, não por moralidade política, mas por maestria na "arte de enganar". Não podemos jogar a culpa toda para o "povo" (pelo menos enquanto ainda pudermos celebrar os votos dos analfabetos), e livrar a cara dos nossos órgãos públicos que são parte integrante desse pacote lula-petista que vemos aí a solta. Acusados são reeleitos, mas só são reeleitos porque puderam disputar cargos públicos, isso porque o judiciário brasileiro se omite, é lento, burocrático, capenga, anacrônico, ridículo. Os acusados são perdoados (isso quando são julgados), a maioria comemora a prescrição do processo. Nesse jogo sujo não há inocentes só culpados, o povo com sua parcela, os poderes executivo, legislativo e judiciário com as deles.O "povo" não sabe escolher, não tem capacidade para isso, é facilmente bombardeado pela artilharia da campanha suja feita na grande mídia, ainda existem "votos de cabresto", pesquisas atuais indicam que quase 60% dos alunos que se formam no Ensino Médio todos os anos são quase semi-analfabetos, sabem pronunciar as palavras de um texto, mas não tem capacidade nenhuma para entendê-lo! Esse é o nosso "povo" moldado e cultivado desde os primordes da República.Mudanças substanciais até podem vir pelo voto, mas com esse tipo de eleitorado não é tão simples como se imagina!
(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)
Um povo vulnerável a qualquer rostinho bonito (caso do Collor), um povo que sonhou com uma profunda mudança vinda com o PT o que não ocorreu, e mesmo assim continua aprovando um governo que não faz nada daquilo que sutentou durante as campanhas (estelhonato político), um povo que não tem consciencia pública e que vota por abrigação ou eté mesmo por convicções burras e infundadas. Realmente professor Adriano, a nossa experiência histórica nos aponta para a necessidade de mudanças sim, mas talvez não seja pura e simplismente pelos votos de quatro em quatro anos, a reeleição do presidente Lula nos mostrou isso.Estamos a anos luz de termos um eleitorado consciente e pronto pra mudar uma realidade social, basta lembrar que a ditadura militar encontrou e encontra grande aceitação entre boa parte da população, um povo que acha que baixar o cacete em todo mundo e sinal de segurança nacional não tem muitos recursos para transformar uma realidade política!
ResponderExcluirAh, professor, me manda aquele e-mail que te vc tinha me falado, acho que vai ser de muita importância pra mim!
Parabéns pelo blog, sempre em sintônia com as realidades históricas e políticas!
Professor Adriano, a proposição desse publicação é muito interessante pois trata exatamente de algo que esta na base do jogo político: o povo!Gostei da sua definição de povo como sendo "pobres eleitores", pois essa é a visão que os políticos tem de povo, pra eles intelectuais, deficientes mentais e menores de 16 anos não são considerados povo, pois não votam ou não se deixam enganar!Confesso que sua análise histórica para o problema da alienação do povo pra as questões de ordem pública é muito interessante e eu não tinha analisado essa questão da falta de o que vc chamou de "escola cívica"!Faz muito sentido pensarmos por esse plisma, até nossa realidade comprova isso empiricamente!Sempre que posso passo aqui no seu blog Professor Adriano, e como sempre encontro publicações muito contribuidoras para minha formação!Espero que você continue publicando sempre nessa linha!Mais uma vez, Parabéns!
ResponderExcluirÉ bom saber que ainda é possível escrever algo na internet na linha das ciências humanas que ainda tenha alguma aceitação!Geralmente o que se percebe são blogs, sites comunidades e redes que se prestam a discutir coisas que não contribuem em nada, tais como, vida dos famosos, sensacionalismo, informações sobre o que essa ou aquela pessoa está fazendo no momento, etc...Enfim, é gratificante ver esses comentários e críticas aqui e, sobretudo, é motivador. Obrigado!
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