segunda-feira, 4 de maio de 2009

1964/2009, "Mais do Mesmo"!


Estava aqui pesquisando alguns artigos na internet, quando vi uma publicação que me chamou à atenção. Tratava-se de um texto que procurava, de alguma maneira, estabeler algumas relações um tanto quanto difíceis (pelo menos do ponto de vista prático) tais como: "FARC e Comunismo", ou uma ainda mais complexa relação entre "Presidente Lula e FARC". Não estava preocupado, por hora, em verificar o autor do texto, porém percebi um ligeiro envolvimento pessoal ao longo das linhas. Em algum momento do texto, o autor (até então desconhecido por mim) argumentava que:

"Do mesmo modo que Chávez, Ortega e Correa, Lula “esquece” que as FARC são terroristas, seqüestradoras, genocidas, narcotraficantes, extorsionistas, etc.; porém, isso sim, as considera como uma força política rebelde, ao tempo em que, sem deixar de apoiar o bando delitivo em tudo, se faz de desentendido e afirma que sua intervenção dependerá da autorização do governo colombiano. Dupla moral em toda sua extensão! Típico comportamento de um marxista-leninista convicto!"


Fiquei perplexo ao ler isso, e automáticamente me remeti ao contexto político de 1961 à 1964, quando o Brasil se viu, assim como o mundo, dividido entre "manutenção da ordem liberal burguesa" de um lado e "comunismo alienígena" do outro. Nesse período percebeu-se uma profunda crise política onde as elites políticas civis se viram as voltas com as instituições militares por conta de uma suposta tendência comunista que estaria sendo seguida pelo presidente João Goulart, que por sua vez era repudiada pelos militares que viam nisso a possibilidade de destruição dos valores ocidentais, notadamente cristianismo, democracia e capitalismo. Porém, sabemos que o discursso militar era totalmente esvaziado de valor, primeiro porque Jango podia ser tudo, menos comunista, e segundo pela hipocrisa com a qual tratavam as possíveis consequências de uma mudança da ordem liberal burguesa para o "alienígena" comunismo! O desfecho dessa crise é conhecido de todos, quando por meio de um golpe militar clássico o presidente João Goulart foi deposto sendo promovido a presidência da Repúbila o Gal. Castelo Branco, dando início assim ao que a historiografia chama de "regime militar"! Contudo, lembro a todos que o contexo acima mencionado refere-se aos anos de 1961 a 1964, de modo que nosso atual contexto não se compara em nada com aquele. Será mesmo? Quando terminei a leitura (diga-se de passagem, que não serviu pra quase nada), tive o cuidado de ver quem era o autor, e pra minha não surpresa tratava-se de ninguém mais ninguém menos que o Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido ( analista de assuntos estratégicos ). Penso que só poderia usar uma frase pra terminar essa minha publicação: "Algumas coisas nunca mudam!"




(Profº Adriano Vieira, graduado em História, FIPH-FSJ)

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