
Não é novidade para ninguém que o Rio de Janeiro sofre com interminantes problemas de segurança pública. Em contrapartida, nunca é demais se refletir sobre esse assunto, sobretudo quando se tem um componente da magnitude de uma olimpíada.
Recentemente assistimos a mais um episódio dramático com estirpe de filme de guerra em uma favela carioca. Um helicóptero foi abatido em mais uma operação ineficiente da policia militar. Esse episódio ilustra a total falta de condições técnicas da PM na repreensão do crime organizado. É interessante lembrar que, um efetivo grande de policiais não se traduz em um efetivo eficiente. Entrar em uma favela com 2000 homens pode ser mais perigoso e ineficiente do que entrar mesma favela com 50 homens, tudo vai depender do grau de condicionamento técnico, físico e estratégico dos grupamentos em questão. Vejamos o caso do abatimento do helicóptero. É sabido da polícia que os traficantes cariocas possuem em seu arsenal armas como o “fuzil 762”, a metralhadora “ponto 50” e a metralhadora “ponto 30”, todas elas com poder antiaéreo. Sabendo disso como se justificar a entrada de um helicóptero não preparado para missões de guerra voando a uma altura convidativa para o abatimento?! Isso foi com pedir a um militar que dançasse tango sobre um campo minado, o resultado não poderia ser outro. Isso é reflexo da falta de comando estratégico da PM. Não se pode querer combater o crime e dar segurança a população agindo de forma tão infantil e ridícula como o ocorrido recentemente. Enquanto a polícia se mostra despreparada e ineficiente os criminosos passam regularmente por treinamentos táticos de guerrilhas. Enquanto a polícia utiliza armas relativamente ultrapassadas os criminosos se renovam até mesmo com “lança mísseis de mão” vindos da OKAIDA. A única medida da secretaria de segurança pública do Rio e da PM e a realização de novos concursos pra ingresso na PM. Formar novos policiais não resolve. Antes de se pensar em formar novos policiais, é preciso que se pense em formar bons policiais. Entre um grande contingente e um bom contingente deve-se optar pelo segundo.
Esperamos por mudanças. Tomara que com os jogos olímpicos e os inevitáveis investimentos elas venham, e tomara também que se vierem continuem como um legado para sociedade tão assustada e tão desamparada pelas instituições que deveriam protegê-la.
Profº Adriano Vieira (Graduado em História-UNIFSJ)