quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Polêmica da Não Obrigatoriedade do Diploma Para o Exercício do Jornalismo



Diante da decisão do STJ de anular obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão, algumas pessoas têm me perguntado com frequência qual a minha opinião a esse respeito e, diante desse número considerável de e-mail que recebi, decidi postar aqui no blog meu posicionamento.
Pra começar, analisando a grade da maioria dos cursos de jornalismo, pude perceber que a faculdade é um pouco genérica no sentido de estudar de tudo um pouco mais sem nenhuma especialização mais clara. Por esse motivo eu considero, com todo respeito às pessoas que cursaram ou cursam essa graduação, um pouco de desperdício de tempo passar quatro anos num curso que a bem da verdade não prepara devidamente o profissional. Qualquer profissional que procura seu espaço no jornalismo sai da faculdade e se especializa em alguma área. Por esse motivo eu defendo não um diploma de graduação em jornalismo, e sim um curso de pós-graduação ou especialização como queiram denominar. Em minha opinião a pessoa deve ter um diploma sim, mas não necessariamente em jornalismo. Por exemplo, a pessoa pode se formar em História e se especializar em uma área jornalística que mais se identifique, buscando as ferramentas técnicas para a profissão. Ou então, a pessoa pode se formar em direito e se especializar, por exemplo, em jornalismo criminal, ou investigativo. Defendo que o profissional deve sim passar pela faculdade, mas em minha opinião qualquer faculdade serviria desde que houvesse cursos de especialização a título de pós-graduação que proporcionasse ao interessado pela profissão condições técnicas para o trabalho.
Contudo, não existe hoje no Brasil essa realidade de especializações em jornalismo, até porque a faculdade é, até então, o veiculo de formação mais comum para o futuro jornalista. Por essa inexistência de cursos de especialização eu tenho que me posicionar entre o grupo de pessoas que defende o diploma universitário para o exercício da profissão, mesmo não achando que é o melhor caminho. Não faz sentido liberar o exercício de uma profissão tão importante para qualquer pessoa, isso comprometi todo o prestígio de uma categoria de profissionais sérios que há tantos anos nos presta serviços extremamente importantes. A legitimidade da informação passa necessariamente pela avaliação séria e lúcida das fontes, e isso só pode ser feito por quem de direito se preparou para tal coisa.
Por fim, queria dizer que existem tantas coisas importantes e necessárias para serem julgadas, estudadas e modificadas pelo STJ e que não saem da pauta, porque então modificar (pra muito pior) algo que não aspirava nenhuma urgência ou necessidade?! E pra quem tem o sonho de ser jornalista e pensa em ingressar na faculdade de jornalismo eu deixo o meu triste conselho: procure outra graduação na qual você se identifica e que lhe possibilite fazer uma ponte com o jornalismo, pois infelizmente o STJ sepultou sem choro e nem vela o Curso de Jornalismo.

Profº Adriano Vieira (Graduado em História-UNIFSJ)

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